sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Manejo Básico

Betta splendens é bastante resistente, pouco exigente e bem fácil de ser criado. Requer pouco espaço (betteiras de 2 litros já bastam), a água não precisa ser aerada ou filtrada.
Lembre-se, em seu habitat natural, vivem em charcos e plantações de arroz (águas de pouca ou nenhuma correnteza, com baixos níveis de oxigênio) e sua alimentação é basicamente de mosquitos, larvas e vermes, encontrados em abundância nesses locais.
Quatro preocupações básicas precisam ser seguidas para manter o equilíbrio da betteira (aquário) e evitar o estresse do peixe:
  1. Alimentação bem dosada, variada e balanceada
  2. Manter a água limpa, declorificada (sem cloro) e livre de restos de comida/dejetos dos peixes
  3. Manter o pH entre 6,8 e 7,4
  4. Manter a temperatura da água entre 24 e 30 °C

  1. Alimentação bem dosada, variada e balanceada
    Em cativeiro podemos oferecer alimentos industrializados, concentrados, no formato de flocos ou grânules (grãos triturados), alguns petiscos liofilizados (secos) e ainda alimentos vivos.

    Alimente seu Betta splendens, preferencialmente 2 a 3 vezes ao dia, com ração industrializada (granulada e/ou flocada). Numa quantidade suficiente para que não sobre alimento na água, que seja consumido imediatamente.
    Seja exigente na escolha da marca, prefira alimentos capazes de atender as necessidades nutricionais do animal. Isto fará toda a diferença na saúde de seu peixe.

    Os alimentos industrializados de boa qualidade, suprem todas as necessidades nutricionais do peixe, ajudam a realçar e definir as cores, estimulam o crescimento, aumentam a resistência às doenças, os mantêm mais ativos e com expectativa de vida maior.
    Em seu habitat natural (charcos e plantações de arroz), o Betta splendens se alimenta basicamente de mosquitos, larvas e vermes, encontrados em abundância nesses locais. Se você tiver espaço em sua casa/apartamento, tempo e vontade, faça culturas de alimentos vivos. Eles são essenciais na dieta doBetta.

    Eis algumas opções: 
    Artêmia (Artemia sp.)
    ArtêmiaTambém chamada de "camarão-de-salina", é um pequeno crustáceo que vive em lagos ou lagoas cuja água contenha alguma salinidade (água salobra) ou em salinas (com níveis elevados de salinidade), e encontram-se em todos os continentes do planeta.
    Os náuplios de artêmias, recém-eclodidos, são um excelente alimento para os peixes recém-nascidos, também peixes de pequeno e médio porte, com elevado valor nutritivo, e por isso bastante utilizados por criadores de várias espécies de água "doce" e "salgada". São fornecidos vivos e agüentam cerca de 24h com vida dentro do aquário, reduzem o risco de poluição da água e estimulam o lado predador dos peixes, que adoram perseguir e "caçar" os seus alimentos.

    Besouro do Amendoim (Ulomoides dermestoides)
    Besouro do AmendoimAs larvas deste besouro são extremamente nutritivas e medem até 12 mm de comprimento, por isto mostram-se como uma excelente opção para alimentação de peixes pequenos.

    Blood-Worms (Chironomus sp.)
    Blood WormsOs blood-worms são larvas do mosquitoChironomus sp e um alimento muito usado por aquaristas. Apresentam aproximadamente 62% de proteína bruta em sua composição, sendo um ótimo alimento para a fase de crescimento doBetta. Pela dificuldade de sua criação, os criadores de peixes preferem adquirir essas larvas congeladas ou liofilizadas, o que facilita muito a sua administração.
    Branchoneta (Dendrocephalus brasiliensis)
    BranchonetaLê-se "branconeta". Também é chamada de "artêmia de água doce", "camarãozinho" ou "brancneque ". Os náuplios deste microcrustáceo de excelente valor nutricional são fornecidos como alimento vivo para os alevinos e os espécimes adultos, para peixes maiores. Ao mesmo tempo em que nada, a branchoneta vai se alimentando do material em suspensão, filtrando com seus apêndices bactérias, algas, protozoários, metazoários e restos de matéria orgânica.
    Podem chegar aos 25 mm, quando adultas e em condições ideais. Seu ciclo de vida é de aproximadamente 50 dias. Após serem servidas aos peixes de água doce, se não forem consumidas imediatamente, sobrevivem para serem consumidas depois.


    Daphnia
     (Daphnia sp.)
    DaphiniaVulgarmente conhecida como "pulga-d'água", seu pequeno tamanho é particularmente adaptado às diminutas bocas da maioria dos peixes de aquário de dimensões tratáveis. Seus hábitos filtradores permitem-nos utilizá-las como veículo para o fornecimento de vitaminas ou aditivos alimentares aos peixes. Sempre estão disponíveis em vários tamanhos, tendo em vista sua rápida reprodução.
    As daphnias mudam de "casca" (esqueleto externo) continuamente e logo após esta operação são macias e bastante mais atraentes para os peixes. Esta "casca" é útil para "limpar" o sistema digestivo dos peixes.
    As que não são consumidas sobrevivem no aquário, onde vão se alimentando de bactérias, leveduras, matéria orgânica em suspensão, etc., e dessa forma contribuindo para o asseio do aquário. Vão se reproduzindo também, sendo os recém-nascidos uma boa comida para alevinos eventualmente presentes no aquário.
    Enquitréia (Enchytraeus albidus)
    EnquitréiaVerme branco de tamanho reduzido, com alto valor nutritivo, rico em vitamina, além de ser uma substancial fonte de proteínas, sais minerais e hidratos de carbono. Ótima fonte de nutrientes para os peixes.
    Sobrevive por várias horas na água dentro do seu aquário.
    Para peixes adultos recomenda-se que seja dada apenas três vezes por semana. Aos filhotes sem restrições, mas de preferência não como único alimento.
    Microfex ou Microtubifex
    Microfex ou MicrotubifexSão anelídeos parecidos com o Tubifex, são menores, geralmente mais claros e muito apreciados pelos peixes. Aparecem em culturas adubadas com matéria orgânica.

    Microverme (Anguilula silusiae)
    Micro-VermeExcelente alimento para filhotes e adultos, os microvermes são pequenos vermes brancos, de forma cilíndrica, que alcançam no máximo 3 mm de comprimento.
    Moina (Moina sp.)
    MoinaNutricionalmente, são similares às artêmias e daphnias.
    São menores que as daphnias (1/4 ou menos), permitindo sua oferta para alevinos bem jovens.
    São muito resistentes à falta de oxigênio, prolíferas, e por serem criadas em água doce, ficam vivas e se reproduzindo caso não sejam ingeridas.
    Paramécias (Paramecium)
    ParamécioProtozoário ciliado (pelos curtos) que vive na água doce. Tem formato de sola de sapato, corpo translúcido, mede aproximadamente 2/10 de milímetro. Se reproduz rapidamente por bipartição. Se alimenta de bactérias, algas, plantas aquáticas microscópicas e de outros da mesma espécie.
    Pode ser utilizado diretamente para alimentar peixes recém-nascidos ou como base de uma cadeia alimentar para o cultivo de outras espécies de alimento vivo, como a Daphnia ou pulga-d'água.

    Spirulina
    SpirulinaÉ uma alga/bactéria de cor verde-azulada (Cyanobacterium), de formato espiral (origem do nome). Ela possui taxas de proteína superior à carne, ovos e peixes, é um ótimo componente no auxílio ao desenvolvimento muscular dos seres vivos, além de aumentar significativamente o sistema imunológico.

    É indicada para peixes notoriamente vegetarianos, como kinguios, poecilídeos, ciclídeos africanos e peixes marinhos; mas pode ser oferecida a todos os peixes, tanto de água doce quanto salgada. Incluindo os Bettas splendens, alevinos e adultos, como complemento alimentar.
    Tubifex (Tubifex sp.)
    TubifexTubifex vivos, congelados ou desidratados reforçam o programa de alimentação. Estimulam o crescimento do corpo e aumentam a fertilidade do peixe.
    O Tubifex vivo é difícil de coletar na natureza ou de se achar nas lojas especializadas. Uma vez obtidos, são difíceis de manter vivos. Por essa razão, a maioria dos criadores preferem usá-los nas variedades congeladas ou desidratadas.
    Na natureza eles vivem em condições muito sujas e são difíceis de limpar adequadamente, mesmo nas formas congeladas e desidratadas. Podem ser fontes de doenças parasitárias.
    Verme de Grindall (Enchytraeus buchholzi)
    Verme de GrindallPequeno verme branco de aproximadamente 1 cm na fase adulta. Alimento extremamente rico em proteínas e gorduras.
    Suporta climas quentes, muito resistente e fácil de cultivar. São muito prolíficos e os peixes adoram. São ideais para o crescimento dos alevinos de muitas espécies, e também para despertar o apetite de peixes enfermos, debilitados ou que não aceitam alimento seco comercial.
    Verme de Vinagre (Turbatrix aceti)
    Verme de VinagreVerme nematódeo diminuto (1 a 2 mm), que se alimenta de bactérias existentes no vinagre em fermentação. Se mantém vivo em água doce (não conseguindo se reproduzir nestas condições), muito mais que os microvermes. Ideais para alevinos recém nascidos.
    Sua cultura é simples e não demanda maiores cuidados. É recomendável após a colheita, lavá-los em água corrente muito bem, para não desequilibrar o pH do aquário. Principalmente em aquários com pouco volume d'água.
    Ofereça alimentos vivos 2 ou 3 vezes por semana, se possível variando o alimento, expandindo as opções do cardápio. Alguns alimentos vivos, em alguns períodos do ano, são mais difíceis de se conseguir - geralmente no inverno, nas regiões muito frias.
    Se você pretende procriar Bettas em cativeiro, deve dominar as técnicas de cultivo e manejo de micro-organismos e jamais perder de vista que animais (no nosso caso específico, peixes) se sentem estimulados a procriar, se encontram para si, fartura de alimentos e vislumbram fartura também para sua prole.
Na mudança de dieta, é provável que o peixe estranhe o novo alimento. Tenha paciência! Esta é uma reação nornal do peixe e pode ser observada também em outros animais. Vá oferecendo insistentemente e retirando o que foi rejeitado do aquário.

  1. Água limpa, declorificada (sem cloro) e livre de restos de comida/dejetos do peixe
Em geral, precisamos trocar parcialmente a água da betteira (aquário) a cada 2 ou 3 dias. Procure substituir algo próximo dos 30% da água do aquário (vide: alertas sobre cuidados com o pH e a temperatura da água).
    • Remova aproximadamente 30% da água com a ajuda de um sifão, aproveitando para limpar o fundo da betteira (aquário), removendo eventuais sobras de alimentos e dejetos do peixe.
    • Reponha a água retirada, isenta de produtos químicos (sabão, detergente, cloro, etc), tomando o cuidado de equalizar os parâmetros de pH e temperatura da água, para não estressar o animal. Esta troca parcial de água é chamada de TPA.
    • Periodicamente você precisará fazer uma limpeza mais caprichada nesta betteira (aquário). Para isto, coloque o peixe numa vasilha provisória, contendo uma boa quantidade de água oriunda da sua betteira (aquário). Tranfira-o para esta vasilha provisória com a ajuda de um puçá (redinha). Lave muito bem a betteira (aquário). Coloque água nova na betteira limpa (aquário), isenta de produtos químicos (sabão, detergente, cloro, etc), tomando o cuidado de equalizar os parâmetros de pH etemperatura da água, para não estressar o animal. Com a ajuda de um puçá (redinha), volte o animal para seus aquário original. Este processo de troca total de água, é chamado de TTA.
Você pode usar água de torneira, desde que faça uso de um desclorificante. Existem vários produtos no mercado para este fim - prefira aqueles que preservam a mucosa do peixe.
Na falta deste produto, deixe a água de torneira em repouso numa vasilha destampada (cubra com um filó, para evitar que insetos façam postura de ovos), por 48 hs. Este tempo é mais do que suficiente para que o cloro adicionado no tratamento da água se evapore completamente.
Faça este processo de troca/reposição de água de forma lenta, equalize os parâmetros básicos da água (pH e temperatura), para não estressar o animal, preservando sua resistência à doenças e evitando problemas futuros.
  1. Manter o pH entre 6,8 e 7,4
Prefira sempre adaptar o peixe ao pH que você pode oferecer a ele, mesmo que seja fora desta faixa apontada acima, tida como a ideal para criação deBettas. Causa mais danos à saúde do animal a constante alquimia na água, com corretivos (acidificantes/alcalinizantes) para ajustar o pH a um determinado parâmetro, do que habituar o peixe ao pH que você pode oferecer a ele (tipo de água da sua região).
Se você seguir a orientação que apresentamos acima, promovendo constantes TPAs e eventuais TTAs, o parâmetro de pH da sua água não vai se alterar de forma significativa, em curtos espaços de tempo, ao ponto de justificar correções (acidificar/alcalinizar), para colocá-la dentro de níveis desejados.
O grau de acidificação ou alcalinidade da água é expressado em valores de pH, o que literalmente significa "poder de hidrogênio".
Esta escala é baseada na inversa concentração de íons de hidrogênio na água, quanto mais íons de hidrogênio, mais ácida é a água e mais baixo o valor do pH, então, quanto menos íons de hidrogênio, mais alcalina será a água e maior será seu valor de pH.
A escala de pH varia entre 0 (extremamente ácida) até 14 (extremamente alcalina), com um pH de 7 sua água será neutra.
escala de pH
 
Existem muitas opções de kits de medição e produtos para correção de pH, em lojas de aquários, à preços acessíveis.
Para a correção do pH, siga rigorosamente as instruções do fabricante dos produtos corretivos, tendo como regra básica o exercício da paciência.
Quando necessária, faça a correção do pH de forma lenta, fazendo medições intermediárias, até chegar no ponto considerado ideal. A escala do pH é logarítmica. Um pH de 5,5 é 10 vezes mais ácido do que água com um pH de 6,5. Alterar o pH de forma rápida e abrupta na escala de medição, pode lhe parecer pouco, mas é muito perturbador para os peixes.
  1. Manter a temperatura da água entre 24 e 30 °C
O peixe é um animal pecilotérmico, isto é, adquire a temperatura do meio onde vive. Não possui sangue quente como os mamíferos, por isso o mecanismo biológico está condicionado a temperatura ambiente.
Os cuidados com os parâmetros da água, não se restringem a parâmetros químicos. A temperatura é de vital importância para o peixe. Uma variação brusca na temperatura da água pode ser muito prejudicial a vida do animal.
Para o Betta splendens a temperatura mais adequada deve estar entre 24 e 30 ºC. Nesse intervalo de temperatura as suas funções fisiológicas são estimuladas (crescimento, alimentação e procriação).
Para sabermos a temperatura do aquário, usamos umtermômetro específico para aquarismo, que pode ser interno, externo, analógico ou digital.
Para manter a temperatura sob controle, precisamos de um um aquecedor que pode trabalhar integrado ou não com um termostato. O termostato se encarrega de ligar e desligar o aquecedor, sempre que necessário. O equipamento mais confiável e preciso, no momento, é oaquecedor conjugado com termostato, submersível.
Nas trocas parciais de água, evite colocar a água nova em uma temperatura muito diferente da encontrada no aquário, principalmente no inverno.
Fonte: Betta Brasil...

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